terça-feira, 29 de abril de 2008

Filas insanas

Ricardo Brito para o Terra

Hoje na hora do almoço achei que dentro do clube seria possível comprar ingressos para a final do Paulistão no domingo. Doce ilusão. Não era só lá fora que havia uma multidão, dentro também a fila era enorme. Perguntei a um senhor que estava lá pelo da fila a que horas ele tinha chegado. Ele respondeu que às 9h30. E eram 12h30. Ou seja, só consegue comprar ingressos para um jogo desses quem não trabalha. Apenas se dispôr a pagar absurdos R$ 120,00 por uma numerada coberta não adianta. É preciso ter um enorme tempo livre para guardar lugar na fila e ali ficar por horas e horas.

Esse fenômeno das filas por ingressos não se restringe ao futebol. Tem sido assim com shows também. Não vi o U2 no Morumbi por causa disso, assim como não verei essa final ao vivo. Isso não era assim. Era possível comprar ingresso para qualquer evento sem enfrentar filas insanas. Tanto que eu vi o Queen no Morumbi em 1981, o Palmeiras campeão brasileiro em 1993 no mesmo Morumbi e os Rollings Stones no Pacaembu em 1995 - para ficar nos mais importantes - sem enfrentar nada disso. Comprando normalmente os ingressos.

O que fez com que a situação piorasse tanto? Só o fato de ter mais gente na cidade? Ou a logística só fez piorar com a informatização? Não era pra ser mais fácil comprar um ingresso hoje que em 1981? Andamos para trás? Ficamos reféns dos cambistas (isso eu me recuso a fazer! não compro de cambista de jeito nenhum)? Como vai ser na Copa do Mundo? Alguém ainda tem a ilusão de que vai conseguir conseguir comprar normalmente, sem problemas, um ingresso para algum jogo da Copa?

É uma pena, mas o grandes eventos do futebol estão ficando impossíveis se serem vistos ao vivo.

Marcelo Ximenes/AE

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Quero mais!

"Dá para sempre querer mais no futebol." O torcedor a gente sabe que pensa assim. Quer a vitória, mas não quer só a vitória, quer goleada, quer placar histórico e quer frango do goleiro adversário e quer drible desconcentrante, quer olé, não tem mesmo fim. Mas quem falou essa frase hoje não foi um torcedor, foi o Luxemburgo. Talvez isso explique porque ele é tão vencedor. Luxa, eu quero mais do que tivemos até agora! Eu quero os títulos!

domingo, 27 de abril de 2008

Semana de decisões

Helvio Romero/AE

A Ponte Preta veio (ou melhor, o Palmeiras foi para Campinas) e o Verdão passou por ela também. O título está muito próximo (mas não tão próximo quanto está o do Cruzeiro). Tanto que o jogo de quarta pela Copa do Brasil, contra o Sport no Recife, passa a ser mais preocupante que o jogo do domingo, ainda que empate em 0 x 0 leve para os pênaltis e que qualquer empate com gols classifique o Palmeiras. A Copa do Brasil é um título nacional e o caminho curto para a Libertadores. O Palmeiras precisa desse título tanto quanto precisa do título estadual. A semana será de decisões. Que San Gennaro não pule do andor!

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Fato emblemático

Nilton Fukuda/AE

23 de abril. Dia de São Jorge. O Corinthians faz uma procissão em homenagem ao seu padroeiro. A imagem do santo cai do andor. Marlene Matheus tenta juntar os cacos. Mais emblemático, impossível.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Futebol na TV

Ontem eu vi o final de Boca x União Maracaibo na Bombonera pelo Sportv, mas acredito que a geração das imagens era de alguma emissora argentina. Sim, não acredito que a geração fosse brasileira porque as imagens eram em plano bem aberto, davam uma visão do todo do jogo, coisa que emissora brasileira nenhuma faz.

Não sei porque, mas as emissoras brasileiras adoram quadros fechados e closes nas transmissões de futebol. Você só vê o jogador que está com a bola. Às vezes xinga o cara de fominha sem saber que ele não tinha mesmo para quem passar. Não dá para ter idéia do posicionamento dos times com as transmissões nacionais.

Será que fazem isso para os comentaristas falarem das táticas dos times, do 4-4-2 de um contra o 3-5-2 de outro e os telespectadores acharem que eles são gênios? É só abrir a imagem que a gente enxerga o jogo assim também. Mas não, as emissoras preferem colocar comentaristas medíocres para verem o jogo por você.

Porque não fazer como as TVs européias e argentinas, que transmitem uma partida como se deve, com a câmera sempre aberta e o close na hora certa, no replay, para mostrar um detalhe polêmico ou interessante?

Já é difícil ir aos estádios no Brasil pela falta de segurança e de organização. Mas é cada vez mais difícil ver também pela televisão, com essas câmeras tão fechadas.

Será que na Copa de 2014 a geração das imagens vai ser brasileira? E será que vai ser do jeitinho que é feita por aqui? Ou será que daí eles vão transmitir direitinho, com as câmeras abertas, para atender ao público europeu?

terça-feira, 22 de abril de 2008

Valeu, Boa!

O primeiro tempo deu grandes esperanças, mas o segundo nos trouxe de volta à realidade. Ainda assim acho que a campanha do Ituiutaba no campeonato mineiro deste ano foi sensacional. Só o empate por 4 x 4 no Mineirão contra o Cruzeiro no primeiro jogo da semi-final já valeu. Foi uma bela campanha.

Agora é preciso não desmontar o time, não jogar todo esse trabalho fora para começar tudo de novo no ano que vem. Este ano acho que a diretoria tomou uma decisão errada ao optar pela Copa do Brasil ao invés da série C do Brasileirão. Espero que no ano que vem o Ituiutaba dispute sim na série C, pois tem grandes chances de subir para a B e vir jogar aqui em São Paulo, contra o Corinthians, em 2010. :-)

Verdão na final

Fizemos a nossa parte ao vencer, só com o pé e com muito futebol, o São Paulo. Que venha a Ponte agora!

Almeida Rocha/Folha Imagem

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Grandes e pequenos

Este ótimo texto é uma colaboração do meu pai, Haroldo Ribeiro. (Viu como eu sou democrática? Publico o pensamento até de sãopaulinos).

Comecei a acompanhar futebol, torcer e saber das coisas desse esporte, em 1949. Naquela época, bem como na década seguinte, em São Paulo, claro que era completa a cobertura do futebol paulista, boa a do carioca, razoável a do mineiro e a do gaúcho e praticamente só. Além desses tínhamos apenas uma ligeira noção que havia campeonatos em Pernambuco, na Bahia e no Paraná, mas muito pouco se tinha de notícias deles. Tínhamos vagas idéias da existência de Santa Cruz, Náutico, Bahia, Vitória, Coritiba, mas praticamente nada se sabia deles. O futebol de outros estados era totalmente inexistente para nós. Goiás, Paysandu, Figueirense, CRB, Moto Clube e Criciúma foram nomes que só se tornaram familiares décadas depois.

Em São Paulo havia cinco “grandes” na época, os atuais quatro de sempre, Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo e mais a Portuguesa, considerada grande, então. Além disso, havia os pequenos tradicionais, alguns dos quais ainda hoje batalhando, como Juventus, Portuguesa Santista e Nacional, e outros já desaparecidos, como Ypiranga, Comercial, Jabaquara. De lá para cá, um daqueles “grandes”, a Lusa, deixou de sê-lo, passando, se não à categoria de pequeno, no máximo à de médio. No entanto, nenhum dos “pequenos”, conseguiu subir de categoria. Tivemos alguns casos esporádicos, o Guarani sendo campeão brasileiro e outros campeões paulistas, Internacional (Limeira), Bragantino, Ituano (se bem que este num campeonato do qual os grandes não participaram) e São Caetano – uma ameaça de promessa nos últimos anos, chegando mesmo a não ser campeão brasileiro só por causa de uma falcatrua do Eurico Miranda. No entanto, nenhum desses e mesmo outras “ameaças” que tivemos no passado, como a Ferroviária de Araraquara, a eterna Ponte Preta e, neste ano, o Guaratinguetá, conseguiram ascender à categoria de “grande”.

No Rio de Janeiro de então havia seis considerados grandes. Os quatro que continuam merecendo essa qualificação, Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco e mais dois: América e Bangu. Muito bem, estes dois últimos deixaram de ser grandes há muito tempo. O América, recém caído para a segunda divisão do Rio e o Bangu nem sei por onde anda, mas nem sequer disputou o campeonato principal deste ano. Aliás, fenômeno estranho o do Rio: como não é um futebol que acompanhamos no dia a dia, estranho o “sumiço” de vários outros times que, embora pequenos, eram tradicionais. Além de Bangu, por onde andam São Cristóvão, Olaria, Bonsucesso, Canto do Rio e, por outro lado, de onde surgiram estes novos que andaram disputando o campeonato deste ano? Mas, de qualquer forma, não tivemos nenhum pequeno subindo também. Algumas ligeiras ameaças de Volta Redonda e Madureira mas que ficaram só na “ameaça”.

Em Minas os grandes eram Atlético, Cruzeiro e América. Os dois primeiros continuam grandes e o América desabou, deixou de ser grande e também “desapareceu”. Do lado oposto, pequenos despontaram, como o recente caso do Ipatinga. Foi campeão mineiro há uns dois ou três anos, ascendeu à série A do brasileirão mas, neste ano, já foi rebaixado à segunda divisão de Minas.

Finalmente no Rio Grande do Sul, onde lá pelos idos da década de 50 os grandes eram Grêmio, Internacional e Renner. Os dois primeiros se mantêm grandes e o terceiro desapareceu. Enquanto isso o único pequeno que colocou um pouco as manguinhas de fora foi o Juventude que, mesmo assim, ainda está longe de poder ser considerado grande.

Assim é possível afirmar, com base nos acontecimentos desses quase sessenta anos em que “vivo” futebol que, até prova em contrário, pode acontecer de “grandes” se diminuírem e se tornarem médios, pequenos ou até mesmo sumirem, porém é praticamente impossível que pequenos se transformem em grandes, podendo até ter seus brilharecos eventuais, mas depois voltando sempre à “pequenês” a que estão permanentemente atrelados.

A única motivação é que a cada ano, a cada campeonato, sempre aparece um “cometa”, que ninguém sabe de onde surgirá, e que está pronto a complicar a vida dos grandes e às vezes, até mesmo a conseguir um brilho maior, conquistando campeonatos.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Romário


Romário anunciou oficialmente nesta segunda-feira, 14 de abril, sua aposentadoria. Na prática essa aposentadoria veio logo depois do seu milésimo gol. Mas é preciso fazer um jogo despedida, é preciso se render todas as homenagens que o baixinho merece.

Foi graças a ele a minha primeira comemoração de uma conquista de Copa do Mundo (eu já era nascida, mas não lembro de 70). A Copa de 94 não foi mesmo a Copa de um futebol bonito da nossa parte. Mas tivemos Romário, brilhante, ousado, preciso. Brilhante ao desviar o corpo do chute do Branco no jogo contra a Holanda, ousado ao fazer gol de cabeça no meio da alta zaga sueca e preciso em todos os seus 5 gols.

Romário foi sem dúvida um dos melhores atacantes que eu vi jogar. Senão o melhor. Muitos criticam seu estilo "banheira". Já eu acho que era um estilo minimalista. O Baixinho sempre foi pela lei do mínimo esforço, certíssimo ele. Nunca fez firulas desnecessárias. E foi mesmo o rei da área. Implacável. Inclusive contra o Palmeiras... (ah, aquela trágica virada que o Palmeiras tomou na final da Copa Mercosul de 2000 depois de fechar o primeiro tempo com 3 x 0... o Baixinho estava lá, e fez o gol da virada).

Gênio! Foi um dos grandes do futebol mundial e este eu tive o prazer de ver jogar.

domingo, 13 de abril de 2008

O heróico e o apático

O fim de semana prometia e cumpriu. Se não foi da maneira que eu queria aqui em São Paulo, trouxe uma ótima surpresa em Minas. O Ituiutaba enfrentou o Cruzeiro no Mineirão e terminou o primeiro tempo perdendo por 2 x 0. No comecinho do segundo tempo diminuiu para 2 x 1 e acendeu esperanças de chegar lá. Mas houve um pênalti a favor do Cruzeiro - que voltou duas vezes até que o cruzeirense conseguisse converter - e logo o time da capital marcou mais um. Com 4 x 1 parecia tudo perdido para o Ituiutaba. Mas o time não se entregou, foi heróico, e chegou ao empate. Um excelente empate, que já justificou a ida do Boa às semifinais. E meio a zero no próximo fim de semana vale a ida para a final.

Já aqui no Morumbi o São Paulo jogou melhor e levou. Houve sim erros de arbitragem, mas não acho que tenha sido isso a definir o jogo, ainda que o gol do Adriano tenha sido feito com a mão. Sempre houve e sempre haverá gol de mão no futebol. Faz parte também do talento do jogador enganar a arbitragem. Pra mim, mais problemático que o Adriano ter feito o gol com a mão, foi o fato dele ter ficado sozinho para cabeceaçar na área. Ou seja, falha da defesa. Depois, no segundo tempo, houve um lance bisonho da bandeirinha, que deu impedimento por telepatia. Ela deve ter lido o pensamento do Alex Mineiro "vou passar essa bola para o Léo". Sim, porque só pode ter sido isso, já que com os pés ele nem fez menção de passar a bola para o jogador que estava impedido.

Só que não foi por isso que o Palmeiras perdeu o jogo. Perdeu porque esteve apático. Perdeu porque o São Paulo jogou melhor. Perdeu porque entrou como favorito e deve ter achado que estava com a situação na mão. Perdeu porque Valdívia e Diego Souza não jogaram nada.

Mas a ida às finais não está perdida ainda. Se jogar com seriedade, com o futebol que vinha empolgando nas últimas partidas, tem tudo para ganhar do São Paulo no Palestra Itália.

Mais um fim de semana que promete.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Semifinais

E lá está o Boa, em um feito histórico, nas semifinais do campeonato mineiro. O Ituiutaba Esporte Clube jogará os jogos mais importantes de sua vida contra o Cruzeiro. Já imaginou se dá a zebra e o time do Triângulo Mineiro chega às finais do campeonato? Bem, antes de sonhar alto é comemorar a classificação inédita.

O Palmeiras também está nas semifinais. E, se não é um fato inédito, nem histórico, é sim um fato para ser comemorado também. Porque voltou a jogar um bom futebol, a entusiasmar e a chegar lá. Só que o Palmeiras tem sim a obrigação de chegar no título.

O fim de semana promete!