segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Futebol de verdade na rua Javari

Sábado lindo de sol em São Paulo. Eu e meu marido vamos para a Mooca. Paramos na incrível Di Cunto para comer alguns salgados deliciosos. Mais alguns poucos quarteirões e estamos na rua Javari. Paramos a cerca de 50 metros da portão principal do estádio Conde Rodolfo Crespi. Detalhe: não havia nenhum flanelinha nas imediações para nos extorquir.


Sem enfrentar filas, confusões ou tumultos, compramos nossos ingressos e calmamente entramos neste templo do futebol. Afinal, foi aqui que Pelé marcou o gol mais bonito de sua carreira. E foi aqui que, uns 38 anos atrás, eu assisti à minha partida de futebol ao vivo: Juventus x Ferroviária.

O jogo deste sábado era válido pela Copa Paulista 2009: Juventus x São Bernardo FC.


O jogo foi movimentado. O Juventus foi para cima e no primeiro tempo fez 1 x 0 com o veteraníssimo Alex Alves, que, confesso, eu não havia reconhecido em campo. Ele aproveitou a sobra de uma cobrança de escanteio e marcou. No segundo tempo teve ainda mais um gol juventino numa jogada pelo meio e aos 44 minutos, numa belíssima cobrança de falta, o Moleque Travesso cravou 3 x 0 no placar.

Mas, para mim, isso não era o mais importante. O mais importante era estar no meio de uma torcida tão peculiar, uma torcida que raramente pode ver um jogo de seu time pela tv, que não está muito acostumada a comemorar títulos, mas que verdadeiramente adora seu time e seu clube.




Importante - delicioso! - foi poder comer os famosos e, realmente incríveis, canoli no intervalo do jogo.


Importante também a oportunidade de assistir a um jogo praticamente de dentro do gramado. (Juro que não usei zoom para fazer o vídeo.)


Na saída, fiquei na dúvida se a Kombi era do time ou da torcida...


Não sei como pude passar tanto tempo ser ir à rua Javari. Mas com certeza agora passarei a ser frequentadora assídua. Lá a gente até entende o movimento moquense que diz "ódio eterno ao futebol moderno".


domingo, 30 de agosto de 2009

Não foi bom. Mas podia ter sido pior.

Assim como no primeiro turno, o clássico contra o São Paulo terminou 0 x 0. No Palmeiras, quatro destaques. Marcos, como sempre, que fez meia dúzia de defesas importantes e difíceis; Edmílson, absolutamente seguro; Armero, que se movimentou sem parar e foi o único a dar um caráter mais ofensivo ao time; e, por fim, a nulidade do ataque. O Palmeiras não tem mostrado força ofensiva alguma. Hoje Rogério fez apenas duas defesas, uma num chute (ou teria sido num cruzamento?) do Wendel, outra num chute do Armero, ambas no segundo tempo.

Espero que a postura ofensiva palmeirense mude agora com a chegada do Vagner Love. Se não estiver mascarado demais, vai ser um grande reforço para o time.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Camisa três

Acho muito importante homenagear o passado, acho mesmo. E torço muito pela seleção italiana, inclusive em copas do mundo e muitas vezes contra a seleção brasileira. Dito isso, quero registrar que detestei a nova camisa três do Palmeiras. Eu não torço para um time de camisa azul, afinal, um dos principais apelidos de meu time é "Verdão". Adoro a Cruz de Savóia, mas cadê o distintivo do meu Palmeiras? Por que não o distintivo do Verdão do lado esquerdo e a Cruz de Savóia do lado direito? Nunca fui muito fã da camisa marca-texto, mas até que passava, no fim, era um tom de verde, não o verde-Palmeiras, mas verde. E o distintivo estava lá. Essa nova camisa três pode até ter dado sorte contra o Inter, mas que descaracterizou demais o Palmeiras, descaracterizou. Vamos devegar com as invencionices, como se não bastasse aquele nome enorme do patrocinador chamando a atenção mais que tudo no uniforme, agora tiram o verde do meu Palmeiras. Aí já é demais!

Viu onde está o distintivo do Palmeiras? No cantinho aqui embaixo, onde teoricamente, a camisa já fica pra dentro do calção...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Assino embaixo

Acorda, Muricy. Seja você mesmo...

Escrito por Cosme Rímoli

Há uma apatia estranha em Muricy Ramalho.
Ele perdeu a primeira partida comandando o Palmeiras, ontem, em Curitiba.
Em um pênalti inexistente no final do jogo.
Condição mais do que clara para ele poder xingar, prostestar, subir nas cadeiras, mostrar indignação.
Liderança do Brasileiro mais do que ameaçada.
O treinador não se sentiu nem à vontade para enfrentar cara a cara os questionamentos.
Enfrentar no seu estilo mal criado.
Alguns fatores estão fazendo Muricy Ramalho se sentir um estrangeiro no Palmeiras.
O principal, a relação com a Traffic.
O treinador já pediu um atacante mais efetivo, com potencial de Seleção Brasileira.
Só que para isso, os patrocinadores rebateram.
Mostraram que talvez seja difícil segurar Diego Souza e Cleiton Xavier.
E aí?
Que postura o treinador precisa tomar?
Revelar que fará uma novena para agosto acabar e a janela de transferência fechar?
No São Paulo tudo era mais direto.
Mais simples.
Bastava conversar com os dirigentes do clube e ponto final.
No Palmeiras existem os comandantes do clube e os parceiros financeiros.
Reuniões, análises de gastos dos dois lados.
Dívida do clube.
A necessidade de lucro da Traffic.
A investidora colocou jogadores para valorizá-los e vendê-los.
Não escondeu de ninguém.
Muricy precisa parar de tatear no escuro.
Se posicionar como treinador de elite.
Que os dirigentes do Palmeiras imploraram para contratar.
Ele não é mais um auxiliar que precisa agradecer a chance de comandar um grande clube.
Esquecer que tanto tempo considerou o Palmeiras rival, inimigo.
Deixar para trás que tantas vezes se alegrou com as derrotas do time de verde.
Agora o agasalho verde quem veste é ele.
Muricy tem de se impor.
Gritar, cobrar, dar socos na mesa.
Não só com jornalistas.
Mas com quem tem poder para lhe oferecer melhores condições de trabalho.
A janela não precisa ser vista com medo.
Pode ser analisada com alegria.
É a chance de o Palmeiras contratar, buscar quem Muricy precisa.
Já passou da hora de Muricy ser Muricy.
Não foi esse treinador apático, constrangido, por quem Belluzzo tanto suspirou.
E que pagou o que não podia para ter comandando o Palmeiras...

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Será que vai?

Os mais otimistas, como a minha mãe, dizem que o juiz prejudicou o Palmeiras ontem contra o Coritiba, no Couto Pereira. Os mais críticos, como eu, dizem que se o time estivesse ganhando por uma bela vantagem, o gol de pênalti no fim não faria diferença. Mas o time pouco chuta contra a meta adversária e, assim, fica difícil fazer gol.

Em seis jogos sob o comando de Muricy o Palmeiras não fez mais de um gol em nenhuma partida. Ganhou dois, empatou três e perdeu um. Sendo que quatro desses adversário lutam para não cair e os outros dois (dois dos empates) estão ali na briga pelo título.

É uma campanha bastante fraca para quem chegou com todo o status e badalação que o Muricy chegou. Não é uma campanha de campeão. Claro que ainda há tempo para reverter isso, mas estamos perdendo pontos preciosos e vendo os adversários se aproximarem.

Agora, na sequência, temos Inter e São Paulo. Os dois ex-times do técnico. É a grande chance do Muricy dizer a que veio.

domingo, 16 de agosto de 2009

Joguinho

Ontem fui com a minha mãe ao Palestra Itália para ver Palmeiras x Botafogo. Vimos um belo espetáculo da torcida e um joguinho bem feio (empate por 1 x 1 com o Botafogo saindo na frente). Incrível como são cada vez mais raras as belas jogadas pelos nossos gramados e cada vez mais frequentes os chutões e a bola alta, que vai pra lá e pra cá, sem parar em pé nenhum. O que me faz lembrar um suposto e lendário diálogo entre um técnico - não sei se era o Neném Prancha, mas é bem provável - e um jogador:

- Meu filho, a bola é feita de quê?
- De couro, professor.
- E o couro vem de onde?
- Da vaca, professor.
- E vaca come o quê?
- Grama, professor.
- Então, meu filho, bota a bola no chão, que é de grama que ela gosta!

Mas voltando ao Palmeiras, pode ser que ele ganhe o título e mude tudo, mas até agora o Muricy não convenceu. O time não troca passes, não arma jogadas, não tem um padrão de jogo.

Algumas coisas que eu observei ontem no Palestra Itália:
1) Pode até ter dado certo contra o Corinthians, mas eu não gosto de time com três volantes.
2) Prefiro o Diego Souza vindo de trás, ali na frente ele não rende tanto.
3) Nunca imaginei que fosse dizer isso um dia, mas o Obina fez falta.
4) O Palmeiras fica contratando 408 atacantes, mas não tem opções nas laterais e nem no meio de campo. Marcou bem o Cleiton Xavier e o Diego Souza, acabou o time.
5) Parece que o rendimento desses dois caiu depois que a diretoria anunciou que ninguém ia sair do time até o fim do ano.

Precisa melhorar bastante para chegar ao título e não ser, mais uma vez, apenas um fogo de palha.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Coisas que me irritam

Ontem, durante o empate do Palmeiras com o Atlético Mineiro por 1 a 1 no Mineirão aconteceram duas coisas que me irritam muito. Uma teve um final do tipo "bem feito!", mas a outra não.

A primeira coisa é a paradinha na batida do pênalti. E, "bem feito", adiantando-se ou não, o Marcos defendeu. O goleiro não pode nada e o atacante pode tudo. Acho extremamente injusto. E, quer saber? Craque que é craque, não precisa recorrer à covardia da paradinha, batedor que é batedor chuta no alto, porque lá goleiro nenhum pega. Nem o Marcos. Mas pra fazer isso precisa ser bom de verdade.

A outra coisa que me irrita é a tal valorização da posse de bola. Ou seja, ficar trocando passes sem objetividade nenhuma no campo do adversário, ir recuando a bola para a sua própria intermediária porque o adversário adianta a marcação e acabar perdendo a bola num passe errado. Valorização da posse de bola pra mim é ir buscá-la no fundo do gol do adversário e voltar com ela na mão para o meio de campo. Isso sim é uma posse de bola de valor.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Centenários

E na briga lá de baixo, encontramos o Coritiba, que, no ano do seu centenário, ao invés de estar disputando títulos, está lutando para não cair.

Eu, aliás, acho que esse negócio de centenário é bem pé frio. Numa pesquisa rápida, vemos que o Inter, que também comemora centenário este ano, ganhou dois título impostantíssimos para comemorar os seus cem anos: o Estadual e a Copa Suruga Bank; no ano passado o centenário Atlético Mineiro não ganhou nada, como o Grêmio, que comemorou seus cem anos em 2003 e não ergueu nenhuma taça; um dos primeiros clubes brasileiros a completar o centenário foi o Flamengo, que comemorou com a conquista de uma taça Guanabara.

Pouco, né? Acho no ano do centenário, o negócio é colocar as barbas de molho. Ainda bem que pra 2014 ainda tem chão.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Luxemburgo no Senado

Vanderley Luxemburgo e sua conduta ética realmente combinam com nosso Senado. E não me espantará nem um pouco se os eleitores de Tocantins elegerem esse luminar como senador. A simples menção de que Luxemburgo cogita passar perto da política deveria causar profunda indignação em qualquer eleitor. Mas aqui, a gente sabe, não é assim. Tenho certeza de que se se candidatar, se elege. Cada povo tem os governantes e os legisladores que merece. E que elege.

Leia aqui sobre a possível candidatura de Luxemburgo ao Senado.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Bandalheira 2014

Começou a badalheira com o dinheiro público para Copa de 2014. O São Paulo puxa a fila pedindo dinheiro para o BNDES para reformar o seu Morumbi, obra que a diretoria havia garantido que seria feita com dinheiro privado. Ricardo Teixeira admite que precisará de dinheiro público para o Brasil ter estádios na Copa de 2014. Tudo isso óbvio. Tudo isso já demonstrado nos Jogos Panamericanos do Rio.

A imprensa está divulgando esses absurdos, mas tenho certeza que quando a Copa se aproximar, aqeule ufanismo babaca que toma conta da imprensa em época de Copa do Mundo vai sobrepujar as denúnciar, todo mundo vai esquecer o assunto (tá, um ou outro vai se manter coerente, mas serão as mínimas exceções de sempre), a Globo vai deitar e rolar com o evento, o Galvão Bueno vai estar mais insuportável do que nunca e a vida continuará.

Por isso que eu sempre fui muito contra a uma Copa aqui. Um país com Saneys, Lulas e Collors amiguinhos não tem competência pra fazer direito um evento desse porte.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Juventus rumo a Tóquio

Quem acompanha o Nos Gramados há um tempinho deve se lembrar do Pattoli, um juventino de verdade. Quem não lembra ou não leu, aproveita pra ler agora.

Pois tem uma notícia muito legal no blog dele, sobre um documentário feito na mais emocionante final da história do Juventus. Passa lá pra ver.

Sorte ou competência?


Com a colaboração de Vitor Bara, que me mandou o vídeo.

Isso sim é cobrança ensaiada!


Com a colaboração de Vitor Bara, que me mandou o vídeo.

Parabéns e obrigada, presidente Belluzzo!

Essa época de janela aberta deixa qualquer torcedor com os nervos à flor da pele. Mas hoje os palmeirenses podem relaxar e comemorar a atitude de seu presidente. Em entrevista coletiva que contou também com a presença do dono da Traffic, o J. Hawilla, o presidente Belluzzo anunciou que NENHUM jogador do Palmeiras será negociado até dezembro.

Palmeiras e Traffic mostraram que não existe proposta irrecusável. Basta não querer vender. Basta ver a importância de se manter um time para conquistar um título.

Mas que nessa história deve ter o dedo do Muricy, deve. E se tiver mesmo, ótimo, ele começa a justificar a sua contratação.

Outra boa notícia é que Pierre agora é jogador 100% do Palmeiras.

Parabéns e obrigada, Presidente. Avante, Palestra! Rumo ao penta!

domingo, 2 de agosto de 2009

Vai. Mas seja sincero, por favor.

Ontem, depois da vitória sobre o Sport, Pierre, um dos melhores volantes do futebol brasileiro, comentou em entrevista na beira do campo a proposta que recebeu de um clube dos Emirados Árabes. E, como faz todo jogador, disse que adora o clube, que por ele ficaria, mas tem que pensar na família, no lado financeiro, que precisa conquistar sua independência. Se não fosse isso, adoraria ser campeão pelo Palmeiras.

Quer saber? Mais sincero (não só mais sincero que o Pierre, mas que todos os jogadores que saem de seus times) foi o Keirrison, que nunca declarou amor ao Palmeiras, que deixou claro que o time era mesmo apenas um trampolim para a Europa (apesar de ter declarado que cumpriria seu contrato até o fim). Porque é isso que nossos times são para os jogadores. Para nós, são a nossa paixão, a razão de ser do futebol ("Palmeiras minha vida é você" canta-se no Palestra Itália). Mas, para eles é apenas uma etapa a cumprir para ir para a Europa. E querem ir o mais rápido possível, pela primeira proposta que aparecer. Não importa se para o Uzbesquistão, Emirados Árabes ou Ucrânia. O que importa é receber em euros.

O único comprometimento da atual geração de jogadores é mesmo com a sua conta bancária. Todos com o mesmo discurso, de fazer a tal independência financeira. Não, eles não querem só a independência, eles querem ficar multimilionários.

Não é de hoje que jogador de futebol tem carreira curta. Sempre foi assim. Mas nem sempre eles ganharam as quantias fabulosas que ganham hoje. E o que faziam os craques dos anos 60, 70? Tratavam logo de investir num negócio que pudesse lhes render conforto na aposentadoria. Muitos investiram em postos de gasolina, em algum comércio. Mas para a atual geração isso não é suficiente.

Claro que todo mundo tem direito de querer ser milionário. Principalmente quem tem uma possibilidade concreta de realizar esse desejo (na verdade, quem não tem? É que a gente não joga bola...). Mas o que o jogador de futebol não tem direito é de ser hipócrita. De declarar amor ao clube, de chorar na coletiva de despedida, mas nem titubear na hora de assinar com o clube do mais desconhecido e inóspito país da Eurásia. Isso não.

Sejam mais sinceros. Assumam todos de uma vez que futebol é mesmo business. E nós, que somos piores que os viciados em crack, que não conseguimos mesmo largar o vício, ainda que a razão nos mostre o quão sem sentido ele se tornou, seguiremos com nossa paixão, mas pelo menos não seremos menosprezados. Porque falar uma coisa enquanto faz outra, além de ser incoerente, é querer menosprezar a inteligência alheia.

Agora só no ano que vem

E não deu para o Ituiutaba, que perdeu por 2 x 1 pro Guaratinguetá e se despede da série C. O sonho acabou este ano. Aliás, o que será que fará o time durante todo o segundo semestre? É dura a vida dos times pequenos que disputam a série C. Se fosse um campeonato de turno e returno, como os das série A e B, os times permaneceriam em atividade. Mas esses regulamentos com fases provocam essa inatividade se o time não se classifica. Provavelmente o time mandará muitos jogadores embora, porque não poderá arcar com a folha, ainda mais sem ter entradas. Vamos ver o que o Boa preparará para a temporada de 2010. Que venha o Estadual!!