quarta-feira, 19 de março de 2008

Corra, juiz, corra

As discussões sobre arbitragens têm sido cada vez mais freqüentes no futebol. Eu credito isso à baixa qualidade de nossos juízes e bandeirinhas (ou árbitros e auxiliares, como eles gostam de ser chamados) e não acho que recursos eletrônicos possam resolver o problema. Sou conservadora como os velhinhos da Fifa e acho que o que se deve fazer é mesmo melhorar o nível dos árbitros.

Bola com sensor, consulta a imagens, comunicadores, tudo isso pra mim é bobagem. Os comunicadores já provaram não ter grande utilidade. Ou por acaso as arbitragens melhoraram alguma coisa desde que eles passaram a ser usados? A consulta a imagens eu acho que tornaria o jogo chato e burocrático, como aqueles esportes estranhos que os americanos gostam, e poderia não resolver nada, poderia continuar deixando a polêmica viva. Afinal, é extremamente comum um lance polêmico de pênalti ou impedimento, por exemplo, ser repetido à exaustão, nos mais variados ângulos, e em todos os níveis de câmera lenta nos programas esportivos e ainda assim não se chegar a uma conclusão definitiva, continuar valendo a interpretação de cada um.

Mas muita coisa melhoraria se, por exemplo, os bandeiras fossem melhor orientados, treinados e punidos - sim, deviam ser punidos ou pelo menos advertidos pelos erros - se fizessem uma coisa muito simples, cumprir uma recomendação da Fifa, aquela à respeito do impedimento, que diz que na dúvida deve-se deixar seguir o lance. 99,9% dos bandeiras fazem exatamente o contrário. Na dúvida, levantam a bandeira.

Apesar de achar que as arbitragens precisam melhorar sim, e muito, acho que o erro faz parte do jogo. Que enganar o juiz faz parte do jogo. E é curioso como as discussões sempre consideram que "se o juiz tivesse dado aquele pênalti, o jogo teria sido 1 x 0 e não 0 x 0", se esquecendo que um simples lateral invertido muda completamente a história da jogo e que, ainda que o juiz tivesse assinalado o tal pênalti e o batedor o tivesse convertido, esse jogo poderia ter terminado 2 ou 3 ou 4 a 1 para o time que sofreu o pênalti (a não ser que esse pênalti fosse aos 45 do segundo tempo e o juiz não desse acréscimos, é claro).

Um escorregão e uma roubada de bola, aquele lateral invertido que eu falei logo acima e, claro, o pênalti não marcado - ou o marcado - mudam completamente a história do jogo. Vamos supôr que no clássico do último domingo, quando o jogo estava 1 x 1, o juiz não tivesse dado o pênalti sobre o Valdívia. Pois bem, a jogada continuaria, o Martinez roubaria a bola, passaria para o Diego Souza que, da entrada da área daria um tirombaço e faria 2 x 1. Saída de bola do São Paulo. Richarlysson perderia a bola para Leandro, que dispararia para a linha de fundo, cruzaria para o meio da área, Rogério Ceni furaria grotescamente e Léo Lima completaria com facilidade para o gol. 3 x 1. Nova saída do São Paulo, nova roubada de bola do Palmeiras, desta vez seria Valdívia, que driblaria meio time do São Paulo e faria um gol de placa chapelando Rogério Ceni, como já fez o Alex uma vez. 4 x 1. São Paulo tentaria ir pra cima mas não conseguiria. O juiz marcaria uma falta perto da área do São Paulo e Diego Souza marcaria um gol de falta magistral. 5 x 1. Bem esse jogo imaginário poderia continuar até a goleada história de 9 x 1. E você, sãopaulino, pode também construir o placar do jeito que quiser, até com uma vitória seu seu time.

Eu só quero mostrar que marcar ou não um pênalti, uma falta, uma expulsão ou o que quer que seja não é garantia de resultado nenhum. Mas qualquer pequeno acontecimento do jogo muda completamente sua história. Completamente. É como se estivesse escrito nas estrelas que aquele jogo era para ser uma goleada do time A. Um lateral que o juiz inverta muda completamente essa escrita para uma goleada do time B. Ou não. Mas que o jogo toma um rumo completamente diferente do que se o lateral não tivesse sido invertido, toma.

E não me refiro só às decisões da arbitragem, erros e decisões dos próprios jogadores também causam esse efeito. Um efeito que pode-se chamar de "Corra, Lola, corra". Quem viu o filme sabe do que eu estou falando. Quem não viu, entenda que um tropeção muda a história do mundo. E no fim das contas talvez tudo se resuma ao velho chavão "o 'se' não ganha jogo". Adoro os chavões do futebol.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Alegria clássica

Ganhar um clássico é bom. Ganhar dois no mesmo campeonato é ótimo. E se um deles for por goleada, então, a alegria é enorme. Que delícia! O Luxemburgo e a diretoria palmeirense, com contratações desta vez acertadas, formaram um grupo com toda a pinta de campeão. Se vai mesmo faturar já o Paulistão é óbvio que não dá pra saber. Mas que este ano o Palmeiras não fica sem título, não fica. Algo me diz que o Luxemburgo vai pagar com juros a dívida que tinha com a torcida palmeirense.

E tem dois títulos que faltam à carreira do vitorioso treinador: Libertadores e Mundial. Certamente ele quer chegar lá o mais rápido possível. Para voltar por cima e com tudo para a Seleção. Que este campeonato paulista seja o início dessa caminhada!

segunda-feira, 10 de março de 2008

Justiça divina?

No jogo de ontem entre Bragantino e Palmeiras o juiz deu um pênalti a favor do Palmeiras que a maioria diz que não existiu (eu tenho as minhas dúvidas...). Léo Lima bateu pra fora. Não tenho estatística nenhuma a respeito, mas tem me parecido muito freqüente o batedor perder o pênalti que é marcado erradamente. Será que Deus - ou o Diabo - cansou dos erros de arbitragem e tem feito justiça com as próprias mãos?

segunda-feira, 3 de março de 2008

Vitória no clássico

Uma das coisas mais gostosas do futebol é ganhar um clássico. E o Corinthians tem nos dado essa alegria com freqüência ultimamente: 4 vitórias palmeirenses nos últimos 4 confrontos.

Mas deixem o Valdívia em paz. Ele pode sim fazer as suas jogadas de efeito no meio do campo ou onde quiser. Não tem essa de só poder fazer perto da área. Essa história de que cada vez que um jogador faz um drible, uma firula, uma jogada de efeito ser considerado "falta de respeito" pelo adversário tá ficando muito chata.

Falta de respeito é o jogador ser grosso e proporcionar um espetáculo pífio para o torcedor. Falta de respeito é entrada maldosa, arriscada, irresponsável. Falta de respeito é o jogador ser mais notícia pelo o que faz fora que dentro de campo.

Dribles, firulas e jogadas de efeito são, isso sim, a alma do futebol.