sábado, 5 de junho de 2010

Sem fundamento

Acabo de ler no Lance! que hoje pela manhã o Palmeiras treinou cobrança de pênaltis para acabar com a nhaca que nos fez perder sete das últimas nove penalidades máximas que cobramos.

Muito bem. Só que lá pelas tantas o texto diz que Ivo desperdiçou metade das seis penalidades que cobrou. Seis. Ora bolas, quem em sã consciência acredita que cobrar seis pênaltis consiste em um treino sério desse fundamento? Tem que treinar batendo 20, 30, 50 vezes.

Dá pra perceber que treino de fundamento foi deixado de lado no futebol brasileiro. Não é à toa o altíssimo número de passes errados em cada jogo. Não é à toa que não temos mais um exímio cobrador de faltas por aqui, daqueles que o adversário já se descabela quando há uma falta perto da área.

Não tem mágica, não tem sujeito abençoado por Deus. Pra ser bom na cobrança de escanteio, nos pênaltis, na cobrança de falta, no passe, no lançamento só tem um jeito: treinar. E muito. Não são seis cobrançazinhas que vão fazer diferença.

Vale a pena reproduzir aqui trecho da entrevista que Jorginho Putinatti deu a Vicente Criscio no site Terceira Via Verdão: "Ele [Telê Santana] me obrigava a treinar bater escanteio. Ele fazia assim: colocava a bola um metro prá trás da linha de fundo e me fazia bater o escanteio. Quando eu começava a acertar ele fazia a bola vir mais prá trás. E assim ia."

Será que alguém faz alguma coisa parecida com isso hoje em dia? Duvido. Será que tem alguém que bata escanteio tão bem quanto o Jorginho? Duvido.

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