terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Profissionalismo no futebol

Adriano, a principal estrela do São Paulo e o principal jogador atuando no futebol brasileiro hoje (senão em termos de qualidade técnica, certamente em termos de estrelato), foi expulso no clássico contra o Santos e agora vai ser julgado e pode pegar de 120 a 540 dias de suspensão. Duvido que pegue algo que chegue perto dos 120 dias, mas acho que deveria sim ter uma dura penalidade. Não tenho nada contra o Adriano, mas os jogadores de futebol precisam começar a se comportar como profissionais de verdade.

Se amor à camisa não vale mais, se o que vale hoje são os contratos milionários, se acabou o tempo do amadorismo no futebol, os jogadores precisam deixar de agir como amadores e serem, de fato, profissionais.

No mundo profissional, quanto maior a remuneração, maior a responsabilidade, maior a necessidade de se ter uma postura condizente com o cargo. Não é o que acontece com os jogadores de futebol. Não importa ser o mais bem remunerado do time, o comportamento continua igual ao de um juvenil. Suas atitudes prejudicam o time - o pagador de seus salários - e ainda assim ele não é penalizado. Se o artilheiro milionário passa jogos e mais jogos sem marcar, paciência, é uma fase, a torcida precisa entender.

Se querem ser remunerados como pouquíssimos profissionais no mundo são - ainda que atuem em áreas como Saúde ou Educação - os jogadores de futebol precisam aprender a agir como profissionais. E a penalização por conduta incorreta ou mau desempenho faz parte da carreira de qualquer profissional.

Uma vez li uma reportagem sobre o Michael Jordan que dizia que quando perguntado se não se incomodava com o fato de que sempre que o jogo apertava os seus companheiro de time mandavam a bola para ele resolver a parada, ele respondeu que não se incomodava de jeito nenhum, que essa situação era mais que justa, afinal ele ganhava muito mais que o resto do time, portanto tinha muito mais responsabilidade de resolver as partidas.

É assim com o diretor de uma empresa, que tem mais responsabilidade - e maior remuneração - que funcionários menos graduados. Tem que ser assim com um time de futebol.

Como disse, não tenho nada contra o Adriano e não quero que ele seja penalizado apenas como exemplo. Quero que ele e todos os que agirem como ele sejam sempre penalizados. Afinal, se à mulher de César não basta ser séria, é preciso parecer ser séria, o craque também precisa parecer ser craque. Precisa assumir suas responsabilidades.

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