terça-feira, 13 de maio de 2008

Futebol é esporte de rico

Acabo de ler que o Palmeiras dobrou o preço dos ingressos para jogos no Palestra Itália em relação ao que foi cobrado no Campeonato Brasileiro de 2007. Vai manter os valores cobrados durante o Campeonato Paulista, que foram R$ 40,00 para arquibancada, R$ 80,00 para numerada descoberta e setor Visa e R$ 100,00 para numerada coberta.

Quem já foi ao Palestra Itália sabe que ele é um estádio muito aconchegante, que é uma delícia ver jogo lá, mas que conforto não é bem a especialidade da casa. Mesmo o setor Visa (que eu não conheço, só de ver de fora), que parece ter cadeiras um pouco mais confortáveis, é bom lembrar que está sujeito às intempéries. Isso significa tomar chuva ou ficar debaixo do sol em jogos à tarde. O sol bate em cheio ali. As cadeiras numeradas não são bem cadeiras, mas banquinhos de ripas, e a numeração está ali só de enfeite, ela não é respeitada nesse setor. E a numerada coberta tem as vantagens de ser coberta e de ter a numeração respeitada, mas aquelas cadeirinhas são bem sem-vergonha também. Resumindo: nenhum lugar ali vale esses preços.

Entretanto, coisa de um mês atrás fui assistir a uma ópera no Teatro Municipal (Falstaff, de Verdi), sentei confortavelmente na platéia, assisti a um belíssimo espetáculo com uma orquestra ao vivo, belos cenários e figurinos, excelentes cantores, coro e paguei R$ 30,00, ou seja, menos que na arquibancada do Palestra Itália.

É um desrespeito com o torcedor cobrar esses preços agora só porque o time está bem. O time estar bem é obrigação! Afinal, quando o time estava mal, muito mal, a torcida não esvaziou o estádio, mas manteve-se lá, firme, e nem por isso os ingressos eram de graça.

E esse preço abusivo dos ingressos não tem atingido só os palmeirenses. Outro dia meu amigo Fernando Vellozo, um corintiano de respeito, disse que vai fazer uma nova versão de camiseta, com os dizeres "Eu nunca vou te abandonar. Mas com esses preços vou dar uns canos sim!"

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