sábado, 9 de maio de 2009

Disputa de pênaltis

No livro de regras está "tiros do ponto penal". Mas a gente conhece mesmo como disputa de pênaltis. Esta semana eu vi uma, Atlético Mineiro x Vitória, pela Copa do Brasil. Pra mim era absolutamente indiferente o resultado. Não tenho simpatia nem antipatia por nenhum dos dois times. É um campeonato que não conta com a presença do Palmeiras. Mas eu fiquei com o coração batendo mais forte, deu um friozinho na barriga. É incrível como esse tipo de decisão de jogo tem a capacidade de mexer com os nervos da gente. Até quando nada que nos faça sentido está em jogo. Talvez o ponto seja que, ainda que não nos faça sentido, que nosso time não esteja envolvido, se há uma disputa de pênaltis é porque há algo em jogo. Ela só existe em decisões, em mata-matas.

Eu tenho um fascínio pelas decisões por pênaltis. Mas juro que prefiro que os títulos do Palmeiras sejam decididos sem elas. É muito sofrimento!

Talvez o meu primeiro grande sofrimento com disputa de pênaltis tenha sido nas quartas-de-final da Copa de 86, com a seleção brasileira perdendo para a França. Depois veio 94. Estava vendo o jogo na casa de uma amiga, a Ciça, com um monte de amigos. Confesso que não ficaria triste com o título da Itália, mas ali, na hora, é claro que me deixei contagiar pelo Brasil inteiro torcendo pelo tetra. Vamos para os pênaltis e a Ciça resolve que não vai ver. Sai da sala e só volta quando já estávamos todos comemorando.

Corta para a Copa de 98. Semifinal Brasil x Holanda, um dos jogos mais incríveis que já vi. Vamos para os pênaltis. Os mesmos amigos juntos, desta vez na minha casa. Ciça sai da sala, vai lá pra fora e só volta quando já estávamos todos comemorando.

Corta para a final da Libertadores em 99. Palmeiras x Deportivo Cali. Os mesmos amigos. Agora na casa da Bia e do Luis. Lá vamos nós para os pênaltis. Tudo pronto, os jogadores já indo para a grande área, quando eu olho e berro: "Ciça, sai já daqui!!!". Graças a Deus ela saiu a tempo de voltar só quando já estávamos comemorando.

Corta para a semifinal da Libertadores em 2000. Palmeiras x Corinthians. Só eu e o Carlos em casa. E vêm os pênaltis. E eu ligo para a Ciça: "pelamordedeus promete que você vai ficar longe da tv!". Marcos pega o pênalti do Marcelinho e ela me liga de volta quando já estava comemorando.

(A final dessa Libertadores, contra o Boca, eu juro que apaguei da memória.)

Corta para a semifinal da Libertadores em 2001, Palmeiras x Boca. Eu e o Carlos no Parque Antártica lotado. Foi a noite em que eu conheci e odiei Riquelme. Pênaltis em casa. Eu confiante. Mas mesmo assim é bom não bobear. Ligo pra Ciça que já atende falando:"Fica tranqüila, já tô saindo da frente da tv". Mas dessa vez a gente não comemorou. E assim acabou uma bela superstição.

E já que estou falando de pênaltis, quero deixar registrado aqui que eu sou totalmente contra a paradinha. Acho que tinha que ser proibida. Mais. Acho que batedor de verdade devia ter vergonha de fazer essa covardia com o goleiro. Tinha que provar a competência batendo pra valer. E não adianta vir falar que o Pelé que inventou e que não sei quem mais também dava a paradinha. Acho uma sacanagem, uma covardia. Melhor perder como um Baggio que converter com paradinha.

2 comentários:

Anônimo disse...

Faltou falar mal dos goleiros que se adiantam... mas na real acho que esse merece um post a pate... hahahaha
Bjos
Cami

Luciana Ribeiro disse...

Com certeza, Cami! E adivinha quem vai ser o mais criticado? ;-)