quinta-feira, 14 de maio de 2009

Futebol pelo rádio

Outro dia eu estava em casa vendo um jogo do Palmeiras pela tv a cabo e minha mãe na casa dela ouvindo pelo rádio. No intervalo, como de costume, nos telefonamos. E ela comenta comigo: "só achei que o Cleiton Xavier está jogando muito recuado". Minha mãe realmente vê o jogo pelo rádio.

Nas minhas mais remotas lembranças de infância está lá aquele som inconfundível dos domingos à tarde, da transmissão de jogos pelo rádio. Meu pai, minha mãe e meu avô sempre foram ouvintes atentos das transmissões radiofônicas.

Minha mãe sempre conta que na Copa de 58 os jogos eram transmitidos em um horário no qual meu avô estava no trabalho. Ela, então, ficava em casa e, numa antecipação do que viria a ser a transmissão de jogos pela internet na forma de textos descritivos (a transmissão ao vivo que os portais fazem), ela ficava anotando minuto a minuto as jogadas que aconteciam para reportá-las à noite para o meu avô. Só que naquela época havia um problema, a transmissão era absolutamente instável e às vezes o som sumia no meio de chiados, ou sumia de vez mesmo. Mas ela não perdia a esportiva e não desgrudava o ouvido do rádio.

Foi ouvindo Fiori Gigliotti, Osmar Santos e José Silvério que eu aprendi a gostar de futebol. No Museu do Futebol uma das coisas que mais me emocionou foi a ala dedicada aos grandes locutores de rádio.

O rádio é muito mais indispensável ao futebol que a televisão. Uma boa transmissão de rádio tem um bom locutor e bons repórteres (coisa cada vez mais rara na tv) e não precisa de replays, tira-teimas, nada disso. Um bom locutor faz mesmo você ver a jogada.

Para provar isso, aqui vão os meus três narradores preferidos. Feche os olhos e ouça:









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