domingo, 8 de novembro de 2009

Caro Muricy,

Você ainda não conseguiu dar uma cara de campeão ao Palmeiras. Aliás, na verdade, você não conseguiu dar cara nenhuma ainda ao Palmeiras. E o grande problema é que só faltam 4 rodadas para o fim do campeonato e agora o Palmeiras não depende mais só dele: ainda que vença todos os jogos que faltam, é preciso contar com um vacilo do seu São Paulo para que consiga o título.

Era pra gente estar colocando a segunda mão na taça a esta altura do campeonato, mas o time perdeu, perdeu, perdeu, empatou, perdeu de novo. Nos últimos sete jogos, só ganhou do Goiás, em noite brilhante do Obina, aquele que você sempre substitui, e em noite que Vagner Love não jogou, aquele que você insiste em deixar em campo, mesmo quando não está jogando nada, nada, nada, como hoje.

Você diz sentir a ausência do Cleiton Xavier em campo, mas não pensa em colocar outro jogador que possa assumir a sua função em campo, como o Deyvid Sacconi, prefere jogar com três zagueiros, com o Marcão fazendo a gente quase morrer de enfarte. Você diz que deixa o Love em campo porque ele é um jogador veloz, mas não aposta na velocidade do Lenny.

Você só faz alguma substituição quando o time já está perdendo. E normalmente troca seis por meia dúzia. Sabe, eu não consigo entender porque você é considerado um técnico tão bom se não sabe substituir.

Hoje nós fomos escandalosamente roubados. O que o Simon fez não se faz com ninguém. E claro que aquele gol do Obina - veja bem, o gol foi do Obina, não foi do Vagner Love - poderia ter mudado completamente a história do jogo. Mas sejamos sinceros, o Palmeiras não fez por merecer um resultado diferente da derrota. Quem assiste principalmente ao segundo tempo sabendo apenas que estavam em campo um time candidato ao título e outro que luta para não cair, ia ter certeza de que o que luta para não cair, porque está jogando um futebolzinho muito ruim, é o Palmeiras.

A coisa tá feia, Muricy, e o pior é que não tá com cara de que vá melhorar. Mas eu tenho uma sugestão para você. Amanhã bem cedo você liga para o clube, avisa que não está bem de saúde e que está indo para o hospital. Você deve ter algum amigo médico que vai lhe quebrar esse galho. Ele vai dizer que você precisa ficar internado para exames, que o quadro está complicado e tal. Nisso, seu assistente Jorginho terá que assumir o time com interino. E seu amigo médico levará essa internação até o fim do campeonato. E o Jorginho fica como interino. Aí o Palmeiras terá uma chance real de reverter essa situação e chegar ao título. Você levará seus créditos, entrará para a história como técnico tetracampeão, a gente finge que acredita que foi mesmo você que levou o Palmeiras ao título e no fim do ano você pede pra ir embora, alega que está muito cansado, que a doença o debilitou. Assim, a gente fica com chances de disputar de verdade a Libertadores.

Muricy, o que era fácil se tornou um milagre. E você agora precisa desse milagre pra justificar a sua contratação e o seu salário. Porque pra tirar o Obina pra colocar o Robert e deixar o Vagner Love em campo não precisa ganhar nem 1% do que você ganha.

Agora, por favor, aproveita e manda um recado meu pros jogadores. A Band transmitiu aquele momento do "grito de guerra" ali no túnel, momentos antes de entrar em campo, quando palavras de ordem e chavões são urrados pelos jogadores. O Fluminense não fez nada disso, entrou em campo e ganhou. Fica até chato fazer todo esse teatro e não corresponder em campo. Porque nossos principais jogadores não estão correspondendo. Diego Souza só tenta cavar falta. Ele não vai para a jogada, ele fica esperando a falta chegar, é irritante. Vagner Love não domina uma bola, não acerta um passe, não dá um chute a gol. Acho que desaprendeu totalmente a jogar na Rússia. Chega a ser cômico imaginar que ele queria uma vaga na seleção. Se desse para a bola a atenção que dá para as tranças talvez tivéssemos melhor resultado em campo. A melhor coisa do jogo de hoje foi ele ter tomado o terceiro amarelo.

Muito se falou nesse campeonato. Pouco tem sido feito. E agora não há mais tempo para nada, é ganhar ou ganhar.

Volta, Jorginho! Volta, Valdívia!

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